AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE EXTRATOS OBTIDOS A PARTIR DA ERVA-MATE (Ilex paraguariensis. A. ST.- HILL) ORGÂNICA E TRADICIONAL EM MODELOS EXPERIMENTAIS IN VITRO E IN VIVO

Autor: Lían da Costa Abrão (Currículo Lattes)

Resumo

A erva-mate é produzida a partir da planta Ilex paraguariensis é muito consumida em países da América Latina. Apesar de seu uso ser um hábito cultural, ela se destaca devido aos seus compostos bioativos e propriedades farmacológicas. Neste estudo foram avaliados os efeitos tóxicos de diferentes extratos obtidos a partir da erva-mate (Ilex paraguariensis) tradicional e orgânica em modelos experimentais in vitro e in vivo. Os extratos aquoso, metanólico e etanólico foram preparados e caracterizados quanto ao conteúdo de compostos fenólicos totais e composição de ácidos fenólicos. Para avaliação da toxicidade in vitro, células da linhagem C6 (astroglioma de ratos) foram expostas a diferentes concentrações dos extratos, por 24h, e após foi realizado teste de viabilidade celular para investigar os possíveis efeitos protetores dos extratos, as células foram tratadas com os extratos e expostas ao dano celular causado pela rotenona. Para os ensaios de toxicidade in vivo foram utilizados embriões de peixe zebra que foram tratados com extratos a partir das 6 horas pós-fecundação (hpf) e avaliados em parâmetros chaves a cada 24 horas até 96 hpf. Ao final da exposição foram realizados ensaios comportamentais para avaliação da atividade locomotora. Os resultados mostraram que, entre os tipos diferentes solventes utilizados, os extratos aquosos apresentaram maior teor de fenóis totais e menor citotoxicidade in vitro, sendo tóxicos somente a partir de 300 µg/mL tanto para erva-mate tradicional quanto orgânica. Além disso, o extrato aquoso na versão orgânica mostrou-se citoprotetor em 100 µg/mL. Quanto à embriotoxicidade foi observado que o extrato aquoso orgânico, entre os outros extratos, causou menos danos tóxicos nos embriões de peixe zebra mostrando-se seguro nas concentrações inferiores a 120 µg/mL. Nos parâmetros avaliados referentes à resposta locomotora, o extrato aquoso tradicional, quando comparado ao grupo controle, diminuiu a distância percorrida, a velocidade e a atividade dos animais em todas as concentrações. Já o extrato aquoso orgânico apresentou diferença estatisticamente significativa nas concentrações 120 e 140 µg/mL nos parâmetros de velocidade, aceleração e ângulo de giro.  Dessa forma, através do nosso estudo foi possível observar o perfil toxicológico da Ilex paraguariensis em forma de erva-mate, fato que é de suma importância tendo em vista se tratar de uma planta com grande potencial farmacológico.

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