Dissertação - Deise Machado dos Santos

IMPACTO DO POLIMORFISMO DA IL-28B NA FIBROSE HEPÁTICA E RESPOSTA VIROLÓGICA SUSTENTADA NA HEPATITE C CRÔNICA, GENÓTIPOS 2 E 3

Autor: Deise Machado dos Santos (Currículo Lattes)

Resumo

O vírus da hepatite C (HCV) é considerado um grave problema de saúde pública. Estima-se que 3% da população mundial esteja infectada. Sabe-se há muito tempo que existe uma correlação entre os genótipos do HCV e a resposta terapêutica e vários estudos correlacionam a influência do polimorfismo genético com a resposta antiviral. A resposta ao tratamento, depende de fatores virais tais como o genótipo viral e a carga viral e fatores genéticos do hospedeiro. O genótipo da interleucina 28B (IL-28B) tem sido indicado como um forte preditor de resposta terapêutica nos pacientes HCV do genótipo 1 cujo tratamento tem como base o Interferon peguilado (PEGIFN). A relevância clínica da genotipagem da IL-28B no tratamento dos pacientes infectados pelo HCV genótipos 2 e 3 permanece controvérsia. Como foram introduzidos tratamentos específicos e promissores para o genótipo 1, os médicos e pesquisadores concentram-se em pacientes infectados pelo genótipo não 1 do HCV, particularmente o genótipo 3. Portanto, este trabalho objetivou avaliar o impacto do polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) da IL- 28B nos genótipos 2 e 3 do HCV associados com o grau de fibrose hepática, segundo a classificação de Metavir e resposta virológica sustentada (RVS). Dados obtidos através de um questionário e variáveis bioquímicas foram associados ao HCV. Este é um estudo transversal realizado entre janeiro de 2012 e dezembro de 2014, que envolveu 103 pacientes atendidos no centro de aplicação e monitorização de medicamentos injetáveis (CAMMI) da cidade Rio Grande/RS - Brasil. A análise da região rs12979860 da IL-28B, foi realizada por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Os pacientes de cor da pele branca apresentaram chance 3,15 vezes maior de ter RVS do que aqueles de cor da pele não branca (p=0,046). Pacientes com graus maiores de fibrose (F3/F4) obtiverem menores taxas de RVS. Entre os GT3, a RVS foi de 84% em pacientes com graus menores de fibrose (F0/F1/F2) e de 67,7%, em pacientes com graus maiores de fibrose. Os GT3 apresentaram fibrose F3/F4 quase duas vezes superior àqueles com GT2 (59,7% versus 33,3%). Os pacientes com genótipo CC da IL-28B apresentaram chance cerca de 3,8 vezes maior para apresentar RVS em relação àqueles pacientes com genótipo TT da IL- 28B. A chance de apresentar fibrose avançada nos pacientes com genótipo TT da IL-28B foi 3,6 vezes maior do que nos pacientes com genótipo CC. Considerando os resultados obtidos, o polimorfismo no gene da IL-28B permanece sendo uma ferramenta importante na predição de resposta ao tratamento antiviral dos pacientes com genótipo 3, com graus maiores de fibrose.

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