VÍRUS HERPES SIMPLES TIPO 1: UM ESTUDO DA INCIDÊNCIA NO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL E PREVALÊNCIA PLACENTÁRIA EM UM HOSPITAL NO SUL DO BRASIL
Autor: Emiliana Claro Avila (Currículo Lattes)
Resumo
O Vírus Herpes Simples tipo 1 (HSV-1) é um vírus neurotrópico que tem por característica estabelecer latência nos gânglios sensoriais que inervam o local da infecção primária. Transmitido na infância por via oral e responsável por lesões orofaciais, o HSV-1 tem sido descrito como o principal agente causador de herpes genital. Dentro desse contexto o herpes neonatal é a consequência mais grave do herpes genital, levando a morbidade e mortalidade de neonatos, os quais podem ser infectados durante a gestação, o parto ou no período pós-natal. Este trabalho estimou a prevalência de HSV-1 na placenta de parturientes e a incidência no sangue de cordão umbilical de seus neonatos a partir da técnica de PCR, e correlacionou sua transmissão a fatores de risco envolvidos na infecção. O estudo, de cunho transversal, foi realizado a partir da análise de 160 placentas (biópsias da face materna e fetal) e as respectivas amostras de sangue do cordão umbilical colhidos no Centro Obstétrico do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. A nested PCR foi a técnica utilizada para a identificação do vírus, o qual teve posterior sequenciamento para confirmação. A prevalência de HSV-1 encontrada nas amostras de placenta foi 37,5% (n=60) e a incidência no sangue do cordão foi 27,5% (n=44). Das amostras de sangue de cordão que tinham a presença do vírus, 61,4% (n=27) possuíam-no na placenta, evidenciando a transmissão vertical transplacentária por via hematogênica. Porém em 38,6% (n=17) não havia indícios do vírus nas respectivas placentas, o que indica infecção ascendente do trato genital. Corroborando com esse dado, a falta do uso de preservativo nas relações sexuais mostrou aumentar em quase 3 vezes o risco de transmissão vertical. A presença do HSV-1 na placenta também aumentou o risco em mais de 8 vezes de encontrá-lo no sangue que nutre o feto durante a gestação. A ocorrência desse modo de transmissão pode ter um impacto importante sobre o manejo clínico de mulheres infectadas durante a gestação.
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