Prevalência de Candida spp. em amostras cérvico-vaginais de mulheres com e sem vulvovaginite e suscetibilidade in vitro dos isolados
Autor: Tchana Martinez Brandolt (Currículo Lattes)
Resumo
A candidíase vulvovaginal (CVV) se caracteriza pela infecção da mucosa genital, principalmente vulva e vagina, ocasionada por diferentes espécies do gênero Candida. Padrões de suscetibilidade das cepas causadoras de CVV diferem tanto devido a seleção ambiental quanto pela diferença cultural das regiões. Considerando a escassez de dados sobre este tema no Sul do país, este estudo objetivou avaliar a prevalência de Candida spp. na mucosa cérvico-vaginal de pacientes atendidas em um hospital universitário do sul do Rio Grande do Sul, bem como a etiologia e a suscetibilidade dos isolados de CVV frente a fluconazol, itraconazol, miconazol e nistatina. As amostras foram coletadas no Ambulatório de ginecologia do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande do Sul e encaminhadas para o Laboratório de Micologia da FAMED-FURG. O processamento foi realizado a partir do cultivo em Ágar Sabouraud acrescido de cloranfenicol, sendo incubado a 37°C por até sete dias e os isolados foram identificados de acordo com provas fenotípicas e bioquímicas. Os testes de suscetibilidade foram realizados a partir da técnica de microdiluição em caldo, conforme o protocolo M27-A2 do CLSI. Das 263 pacientes, Candida spp. foi isolada em 27%, correspondendo a uma prevalência de cerca de 15% tanto de CVV quanto de colonização. Mais de 60% dos isolados destes dois grupos foi identificado como C. albicans e os isolados de C. não-albicans apresentaram uma taxa de 8,6% em pacientes sintomáticas e 14,3% em pacientes assintomáticas. As taxas de resistência frente ao fluconazol e ao itraconazol, foram 42% e 48% respectivamente e as concentrações da Concentrações Inibitórias Mínimas para o miconazol variaram entre 0,031 a 8μg/mL e para nistatina foi de 2μg/mL a >16μg/mL. Sendo assim, considerando a alta taxa de resistência detectada frente aos triazóis, faz-se necessário a associação do diagnóstico laboratorial ao diagnóstico clínico, no intuito de minimizar a prática de tratamentos empíricos e guiar a conduta terapêutica possibilitando o seu sucesso e consequentemente diminuindo o número de isolados resistentes.
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