Associação de alterações posturais da coluna vertebral, força muscular respiratória e função pulmonar em escolares do ensino médio de uma instituição pública
Autor: Matheus Gustavo Silva Magalhães (Currículo Lattes)
Resumo
Introdução: A postura pode sofrer repercussões importantes por diversas causas, dentre elas o uso problemático do smartphone (UPS), especialmente durante a adolescência. Alterações posturais na coluna vertebral podem levar a modificações na biomecânica da caixa torácica, assim como na ação da musculatura respiratória e na função pulmonar. Objetivo: Analisar a associação de alterações posturais da coluna toracolombar e o UPS com a força muscular respiratória e função pulmonar em escolares do ensino médio de uma instituição pública. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado em um instituto federal, englobando estudantes matriculados no ensino médio, com idade entre 15 e 19 anos, e ambos os sexos. Houve o preenchimento de um questionário autoadministrado, que continha a Smartphone Addiction Scale - short version (SAS-SV) para avaliação do uso do smartphone. Além disso, foi realizada a mensuração de medidas antropométricas, avaliação postural pela fotogrametria, da força muscular respiratória pela manovacuometria e da função pulmonar pela espirometria. Foi realizada regressão linear simples e múltipla. Resultados: O artigo primário abordou as repercussões das alterações posturais toracolombares na força muscular respiratória, enquanto o artigo secundário abordou as repercussões do UPS na função pulmonar dos adolescentes. A maioria dos alunos apresentou hipercifose torácica (52,5%, IC 95%: 45,1; 59,8), seguido de hiperlordose lombar (40,9%, IC 95%: 33,7; 48,1) e escoliose do tipo leve/moderada (36,3%, IC 95%: 29,2; 43,5). Assim como, 31,5% (IC 95%: 25,1; 38,0) demonstrou UPS. Os meninos apresentaram pressão inspiratória e expiratória máximas (PIM e PEM) de 100,2±31,6 cmH2O e 97,9±31,4 cmH2O, respectivamente, e as meninas 84,6±28,2 cmH2O e 78,3±20,6 cmH2O, respectivamente. Os meninos apresentaram capacidade vital forçada (CVF) de 4,5±0,9L, volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) de 3,8±0,7L e relação VEF1/CVF de 85,1±8,4. As meninas apresentaram CVF de 3,4±0,6L, VEF1 de 2,9±0,6L e relação VEF1/CVF de 86,2±7,1. Foram encontradas associações negativas da hipercifose torácica com a PIM (beta: -9.95; IC 95%: -19.02; -0.89) e seu percentual do valor predito (% predito) (beta: -10.47; IC 95%: -20.16; -0.78), escoliose leve/moderada com a PIM (beta: -11.74; IC 95%: -21.59; -1.89) e PIM (% predito) (beta: -12.26; IC 95%: -22.83; -1.70), UPS com a CVF (beta: -0.25; IC 95%: -0.47; -0.02) e CVF (% predito) (beta: -7.02; IC 95%: -11.77; -2.27), bem como UPS com o VEF1 (beta: -0.20; IC 95%: -0.38; -0.02) e VEF1 (% predito) (beta: -5.77; IC 95%: -10.32; -1.21). Considerações Finais: apesar de não ter havido importantes alterações nos valores médios de força muscular respiratória e função pulmonar dos adolescentes avaliados, uma parte deles foi avaliada com alterações posturais toracolombares e UPS. Além disso, foram encontradas associações negativas que indicam a possibilidade de repercussões da hipercifose torácica e escoliose leve/moderada sobre a PIM e o percentual do valor predito, bem como do UPS sobre a CVF, VEF1 e seus percentuais do valor predito.