EFEITOS FARMACOLÓGICOS DA POLIDATINA EM DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS
Autor: Lucia Emanueli Schimith (Currículo Lattes)
Resumo
As doenças neurológicas são patologicamente caracterizadas pela morte funcional ou estrutural das células neuronais, impactando os indivíduos e os sistemas de saúde no mundo todo. Tais distúrbios, agudos ou crônicos, são fontes de sofrimento e desgaste individual e familiar na sociedade. Tendo em vista o aumento na incidência dos distúrbios neurológicos e a falta de alternativas terapêuticas efetivas, a busca por novas opções de tratamento se faz necessária. Os compostos naturais constituem uma das principais abordagens para a descoberta e desenvolvimento de novos fármacos. O resveratrol tem se destacado por suas atividades anti-inflamatória e antioxidante, porém sua eficácia terapêutica é limitada, uma vez que a molécula possui alta lipofilicidade e é rapidamente metabolizada, afetando assim sua biodisponibilidade. A polidatina, molécula glicosilada precursora do resveratrol, possui maior biodisponibilidade quando comparada ao mesmo, além de compartilhar de suas propriedades farmacológicas. Sendo assim, o presente trabalho se propôs ao desenvolvimento de uma revisão sistemática, abordando as atividades farmacológicas, mecanismos e eficácia da polidatina no sistema nervoso central e condições patológicas relacionadas. Para tal, realizou-se a busca sistemática de estudos que abordaram os efeitos da polidatina in vivo em modelos animais experimentais de doenças neurológicas. A busca foi realizada nas bases de dados da MEDLINE/PubMed, Web of Science, Scopus e SciELO, além da literatura cinzenta, e retornou 110 ocorrências únicas, das quais 25 se mostraram elegíveis à análise qualitativa da literatura. A maioria dos estudos foi focada na patologia do acidente vascular cerebral (24%), e conduzidos em modelos de roedores machos. O protocolo de intervenção com a polidatina foi principalmente do tipo agudo (57%), sendo o tratamento pós indução ao dano o regime de tratamento mais utilizado (53,6%). De modo geral, através da revisão da literatura completa dos estudos incluídos, podemos concluir que a polidatina é capaz de exercer efeitos neuroprotetores, sobre as diferentes patologias abordadas, através da melhora nas funções motoras e cognitivas, além da modulação de vias de resposta antioxidante, anti-inflamatória e apoptótica.
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