RASTREAMENTO DE DEPRESSÃO NO PÓS-PARTO IMEDIATO EM PUÉRPERAS RESIDENTES EM MUNICÍPIO NO SUL DO BRASIL: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS

Autor: Juliana Mano Hartmann (Currículo Lattes)

Resumo

Objetivou-se com este estudo identificar a prevalência e os fatores associados à  depressão entre puerperas residentes em um município do estado do Rio Grande do Sul,  Brasil, durante todo ano de 2013. Entrevistadoras treinadas aplicaram questionário  padronizado em todas as participantes nas duas únicas maternidades do município.  Investigaram-se características demográficas, socioeconômicas, comportamentais, de  suporte social e morbidades. O rastreamento da depressão foi realizado em até 48 horas  do puerpério imediato mediante utilização da Escala de Edimburgo sendo ponto de corte  ≥10. Na análise multivariada, utilizou-se regressão de Poisson com variância robusta.  Das 2.687 mulheres entrevistadas, 14,0% foram identificadas com depressão. Fatores  como depressão anterior, tristeza no último trimestre da gravidez e historia de depressão  na família estiveram associados à maior risco para depressão assim como ter menor  idade e ser multípara. O suporte social fornecido à gestante pela equipe de saúde foi  importante fator de proteção reduzindo em até 23% a razão de prevalências de a  puérpera desenvolver depressão. Objetivou-se, também, identificar a prevalência e os  fatores associados à gravidez não planejada entre puérperas, neste município,  utilizando-se dados de pesquisa realizada no ano de 2010. Das 2.395 puerperas  entrevistadas, 64% não haviam planejado a gestação. Na avaliação da gravidez não  planejada, os fatores de risco associados foram residir com outros familiares, ter feito  uso de tabaco anterior à gestação e ser multípara. A escolaridade materna foi  identificada como fator de proteção, sendo que ter 12 anos completos ou mais de  escolarização pode reduzir em 36% o risco para não planejar a gestação. A partir desses  resultados, ressalta-se a necessidade de incrementar ações por parte dos serviços de  saúde em atenção à gestante a fim de prove-lhe maior cuidado durante a gestação e o  parto. Além disso, também se identifica a necessidade de novas ações visando ao  aumento do conhecimento no que diz respeito a planejamento familiar focando não  apenas no conhecimento dos métodos contraceptivos e prevenção de gravidez, como  também na conscientização sobre a maternidade.

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