Tese - Tarso Pereira Teixeira

Avaliação do medo da COVID - 19 e fatores associados em idosos da zona rural em um município do sul do Brasil

Autor: Tarso Pereira Teixeira (Currículo Lattes)

Resumo

A pandemia de COVID-19, uma doença causada pelo vírus SARS-COV-2, teve uma apresentação clinica e taxa de mortalidade especialmente grave em pessoas de 60 anos de idade e/ou com comorbidades antes do desenvolvimento de vacinas. Essa situação gerou aumento do medo e de transtornos de ansiedade e depressão em nível mundial. O objetivo deste estudo e avaliar o medo da COVID-19 e os fatores associados, alem da relação deste com a prevalência de sintomas de depressão maior entre os idosos moradores da zona rural da cidade de Rio Grande, RS. Para isso, foram utilizados dados do "EpiRural Rio Grande: coorte de idosos da área rural do Rio Grande, RS", pesquisa de base populacional com o objetivo de descrever e monitorar os padrões de morbimortalidade e de utilização de serviços de saude dos idosos moradores da área rural do município. Neste projeto, o delineamento foi transversal, com dados coletados no segundo acompanhamento, realizado entre os anos de 2020 e 2022. No artigo 1, a variável dependente foi o medo da COVID-19, utilizando-se a Escala de Medo da COVID-19 (FCV-19S). Como variáveis independentes, foram avaliadas sexo, idade, cor da pele, escolaridade, estado civil, ocupação, renda, estado de saude, hábitos comportamentais, dores, uso dos serviços de saude, presença de doenças/morbidades físicas e mentais. No artigo 2, a variável dependente foi sintomas de depressão maior, avaliada por meio do Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9), e a exposição principal foi o medo da COVID-19 (FCV-19S). O artigo 1 observou como resultado uma pontuação media do FCS-19S de 18,2 pontos (± 8,9), sendo fatores associados a menor medo, sexo masculino, período de entrevista após inicio da vacinação, ter saído para realizar necessidades essenciais, ter recebido familiares e/ou amigos em casa e ter praticado alguma atividade relacionada a crença, religião ou espiritualidade. Maior medo esteve associado ao aumento do tabagismo no período da pandemia e a procura de atendimento na Unidade Básica de Saude (UBS). No artigo 2, a prevalência de sintomas de depressão maior foi 7,1% (IC95% 5,3-9,4), enquanto naqueles com muito medo da COVID-19 foi de 16,2% (IC95% 10,1-24,9). Apos ajustes, a razão de prevalência de sintomas de depressão maior aumentou 2,27 vezes (IC95% 1,10-4,65) para aqueles com muito medo, em relacão aqueles com pouco medo. Portanto, o medo se associou positivamente com piora de comportamento de risco e uso de serviço de saude e negativamente com a presença de crença e espiritualidade, ter saído de casa em situações especificas, ser do sexo masculino e ter recebido amigos ou familiares em casa. Alem disso, os idosos com muito medo apresentaram maior prevalência de sintomas depressivos. O estudo, portanto, mostrou a importância do medo no planejamento de acoes em saude entre idosos moradores de área rural em uma pandemia.

TEXTO COMPLETO DA TESE

Palavras-chave: IdososMedo da COVID-19População ruralDepressãoSintomas gerais