Investigação dos efeitos anticonvulsivantes da polidatina em peixe-zebra (Danio rerio)
Autor: Fernanda Barros de Miranda (Currículo Lattes)
Resumo
A epilepsia é uma condição neurológica comum que impacta aproximadamente 50 milhões de pessoas ao redor do mundo. Caracteriza-se pela ocorrência de crises espontâneas e recorrentes. Apesar dos tratamentos farmacológicos disponíveis serem efetivos para muitos indivíduos, aproximadamente 30% não respondem adequadamente a eles, destacando a necessidade de investigar novas alternativas terapêuticas. Esta dissertação teve como objetivo analisar o possível efeito anticonvulsivante da polidatina, em três concentrações (200 ?M, 300 ?M e 400 ?M) em crises tipo-convulsivas agudas provocadas pelo pentilenotetrazol (PTZ) em larvas de peixe-zebra. Larvas de peixe-zebra foram tratadas com polidatina 24 horas antes da exposição ao PTZ (10 mM), permitindo a análise de sua atividade locomotora, morte celular, lipoperoxidação e quantificação da produção de espécies reativas. Os resultados indicaram que o PTZ foi capaz de induzir alterações comportamentais significativas. O pré-tratamento com polidatina na concentração de 400 ?M reduziu a duração da mobilidade do animal, porém não teve impacto significativo em outros parâmetros comportamentais. A exposição ao PTZ também provocou um aumento significativo na produção de espécies reativas (ERs), porém não resultou em morte celular e peroxidação lipídica. A maior concentração de polidatina, bem como o grupo veículo, atenuaram significativamente a produção de ERs induzidas pelo PTZ. Em conclusão, a polidatina demonstrou um efeito significativo na duração da mobilidade das larvas de peixe-zebra expostas ao PTZ, no entanto, esses efeitos não puderam ser atribuídos a suas propriedades antioxidantes. Estudos adicionais são necessários para compreender os efeitos desta molécula frente às crises convulsivas agudas.