Prevalência, severidade e fatores associados a disfunção temporomandibular em estudantes de uma escola politécnica no sul do Brasil: estudo transversal
Autor: Ana Paula Kirchhof Saraiva (Currículo Lattes)
Resumo
Introdução: a articulação temporomandibular é uma articulação complexa, utilizada muitas vezes durante o dia nos movimentos de falar, mastigar, deglutir, bocejar e ressonar. Alterações nesta articulação podem levar ao aparecimento da disfunção temporomandibular, acarretando na diminuição da qualidade de vida de seus portadores, com limitações funcionais e importante quadro álgico. Esta disfunção acomete 31,1% de adultos da população mundial e 11,3% das crianças e adolescentes. Identificar estes distúrbios na população jovem pode prevenir a cronicidade dos seus sintomas. Objetivo: avaliar a prevalência, severidade e fatores associados a disfunção temporomandibular (DTM) em jovens de uma escola politécnica no sul do Brasil. Material e métodos: trata-se de um estudo transversal, realizado em uma escola politécnica federal na cidade do Rio Grande, no Sul do Brasil, onde participaram estudantes com idades entre 14 e 22 anos, com frequência escolar. A severidade da DTM foi avaliada através de questionário autoadministrado contendo o Índice Anamnésico de Fonseca (IAF) e a abertura máxima mandibular foi avaliada através da fotogrametria. Foi utilizado o cálculo da análise univariada para descrever a amostra, a regressão de Poisson para os fatores associados, com intervalo de confiança de 95% e valor p<0,05. Resultados: Foram avaliados 432 alunos através do questionário onde a prevalência da disfunção temporomandibular foi de 14,1% (IC95%=10,8-17,4). Os fatores associados a DTM foram sexo feminino, tabagismo, maior nível de estresse e dor na região da coluna cervical. A prevalência da abertura de boca <40mm entre os 340 alunos avaliados através da fotogrametria foi de 69,5%, porém este achado não teve associação com a severidade da DTM. A DTM afetou cerca de 3 em cada 20 jovens. Desta forma, promover políticas públicas e ações que promovam a redução do tabagismo e estresse nesta população, além do cuidado com a postura, pode auxiliar na prevenção da evolução da disfunção na vida adulta.