AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA DA MICROALGA Pediastrum boryanum
Autor: Alexandre Ferraz Fonseca (Currículo Lattes)
Resumo
As microalgas são um conjunto de seres unicelulares com uma composição bioquímica muito diversificada, de fácil cultivo e cujo potencial biotecnológico está sendo explorado em diversas áreas da tecnologia para obtenção de produtos alimentares, farmacêuticos, químicos e de tratamento de resíduos, entre outros. Os estudos de toxicidade de um novo produto são essenciais para determinar a viabilidade de lançamento deste no mercado, e uma exigência cada vez mais rigorosa pelas agências regulatórias. Pediastrum boryanum é uma microalga de ampla distribuição mundial, mas com poucos dados na literatura sobre sua aplicabilidade e toxicidade. A pesquisa foi conduzida utilizando-se a biomassa microalgal (BM) liofilizada de P. boryanum, obtida de cultura do Laboratório de Microalgas do Instituto de Ciências Biológicas da FURG, e utilizando-se de camundongos como modelo experimental para a avaliação. Estes estudos foram baseados no protocolo da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD – Protocolo 423). Os animais foram pesados regularmente desde duas semanas antes da administração da BM por gavagem (um grupo com 300 mg/Kg, um com 2000 mg/Kg e o grupo controle recebendo suspensão branca) até o final do experimento, sendo observados por 14 dias após a administração quanto ao aparecimento de sinais de toxicidade e mortalidade. As alterações nos parâmetros comportamentais foram avaliadas pelo teste de Campo Aberto (CA) 4 dias antes da administração da BM e 3 dias após. Ao término do experimento, o sangue dos animais foi separado para análise bioquímica e hematológica, uma
porção do fígado separada para análise de peroxidação lipídica, o fêmur para a obtenção de eritrócitos a fim de mesurar citotoxicidade e mutagenicidade, e o estômago, intestino delgado, fígado e rins separados para análise histológica. Os resultados da pesquisa, dentro dos critérios estabelecidos pela OECD, classifica a BM de P. boryanum como “Toxicidade Mínima ou Segura” (Categoria 5), embora algumas alterações encontradas justifiquem a necessidade de mais estudos de toxicidade.
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