Dissertação - Jamila Vasquez Rockembach

ALEITAMENTO MATERNO: CONHECIMENTO E MANEJO DOS PROFISSIONAIS DA REDE BÁSICA DE SAÚDE EM UM MUNICÍPIO NO EXTREMO SUL DO BRASIL

Autor: Jamila Vasquez Rockembach (Currículo Lattes)

Resumo

Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda amamentação exclusiva até o sexto mês de vida da criança, entretanto, ainda é baixo o número de mulheres que aderem a essa prática. Muitos são os prejuízos da interrupção precoce do aleitamento materno (AM) para a saúde infantil e materna. Considerando que o estado do Rio Grande do Sul ainda possui altas taxas de mortalidade infantil, o incentivo à amamentação e o adequado aconselhamento por parte dos profissionais da saúde pública são ferramentas úteis e de baixo custo que podem contribuir tanto para a queda dessas taxas quanto para a diminuição do número de doenças na infância, bem como de doenças maternas. Metodologia: Com o objetivo de avaliar o conhecimento e o manejo em AM dos profissionais da rede básica de saúde (RBS) do município do Rio Grande/RS, foi realizado um estudo transversal com abordagem quantitativa entre junho e outubro de 2012. Fizeram parte do estudo todos os médicos de família, pediatras, clínicos e obstetras, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS) de todas as unidades básicas de saúde (UBSs) da zona urbana do município de Rio Grande com ou sem Estratégia Saúde da Família (ESF), que preencheram os critérios de inclusão e que concordaram em participar da pesquisa assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Foi aplicado aos sujeitos um questionário contendo como variáveis independentes: sexo, idade, se os profissionais tinham filhos, se os filhos foram amamentados, modelo de atenção em que trabalham, realização de pós-graduação com enfoque em saúde pública - para profissionais de nível superior, tempo de formação, tempo de atuação na atenção básica e na ESF, realização de capacitação em AM, além de acesso ao Guia de Nutrição Infantil que aborda o AM do Ministério da Saúde de 2009. Os desfechos conhecimento e manejo do AM foram medidos conforme as recomendações do Guia através de escores. Foram aplicados questionários diferentes respeitando o conhecimento de cada categoria profissional. Somente médicos e enfermeiros responderam o mesmo questionário. Resultados: Dos 269 profissionais que participaram da pesquisa, somente 8,2% e 18,6% apresentaram desempenho adequado no escore de conhecimento e manejo do AM, respectivamente, sendo os enfermeiros os profissionais que obtiveram os melhores resultados para ambos os escores. Conclusão: A realização de capacitação em AM se mostrou como uma importante ferramenta para a melhoria do desempenho dos profissionais da atenção primária nessa temática. A hipótese principal de que os profissionais da ESF tinham um conhecimento maior que os profissionais do modelo tradicional, além do manejo do AM ser mais adequado nas UBSs com ESF, não se confirmou para todas as categorias profissionais.

TEXTO COMPLETO