Dissertação - Maíra Machado da Silva

COVID LONGA EM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS COM INFECÇÃO PELO SARS-COV2: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS OBSERVACIONAIS

Autor: Maíra Machado da Silva (Currículo Lattes)

Resumo

Objetivo: investigar a prevalência das manifestações clínicas da COVID longa em crianças hospitalizadas com infecções por SARS Cov-2 (COVID-19). Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática de estudos observacionais. A busca eletrônica foi realizada nas bases de dados do PUBMED e EMBASE de artigos publicados até março de 2023, utilizando a seguinte estratégia: "Long COVID" OR "post-acute COVID" OR " post COVID syndrome" OR "Long-term COVID" OR " late COVID sequelae " OR "persistent COVID" OR "chronic COVID syndrome". Com limitação: "Child: birth-18 years". Foram incluídos os estudos observacionais (caso-controle, transversal, coorte ou série de casos) que investigaram as manifestações clínicas da COVID longa em crianças (<18 anos) internadas com a COVID-19. A COVID longa foi definida como a permanência das manifestações clínico-laboratoriais da COVID-19 por 3 meses ou mais após o início da doença. A seleção dos estudos e a extração de dados foram realizadas independentemente por pelo menos dois investigadores e as disconcordâncias entre os investigadores foram resolvidas pelo consenso. A qualidade de estudos foi avaliada independentemente por 2 investigadores, baseada nas recomendações de Study Quality Assessment Tools de NIH, sendo classificada como boa, razoável e pobre. A estimativa somatória de prevalência das manifestações clínicas da COVID longa foi obtida através de meta-análise utilizando o modelo de efeitos aleatórios. A meta-análise da prevalência foi estratificada de acordo com sistemas envolvidos, sendo realizada para dois períodos após a fase aguda da COVID-19: 3 meses e < 12 meses e 12 meses. A meta-análise foi realizada no programa de estatística Stata 11. Resultados: Foram incluídos 11 estudos envolvendo com 2279 pacientes. A qualidade foi classificada como boa ou razoável na maioria dos estudos. No período entre 3 meses e < 12 meses após a COVID-19, o sintoma mais frequente foi intolerância ao exercício com prevalência somatória de 29% (IC 95%: 7-57%), seguida por sintomas respiratórios não específicos (12%, IC 95%: 0-48%) e sintomas gastrointestinais não específicos (10%, IC95%: 0-37%). No período 12 meses após a COVID-19, a prevalência dos sintomas da COVID longa foi menor, sendo 6% (IC 95%: 2-10%) para intolerância ao exercício e 3% (IC 95%: 0-8%) para fadiga. Conclusões: As manifestações da COVID longa em crianças internadas incluem sintomas de diversos sistemas, sendo mais prevalentes no período até 12 meses após a fase aguda da COVID-19.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: Covid-19CriançasHospitalizaçãoEpidemiologiaRevisão sistemática