PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DA COINFECÇÃO HIV/SARS-CoV-2 EM PACIENTES DO EXTREMO SUL DO BRASIL
Autor: Luiza Curi Lemos (Currículo Lattes)
Resumo
A pandemia de covid-19, causada pelo SARS-CoV-2, com seu início ao final de 2019 na China, assolou o mundo todo, acarretando milhões de óbitos. Estudos descrevendo a fisiopatologia e caracterizando o desfecho da doença em públicos específicos são necessários, mas ainda escassos. Torna-se importante avaliar as manifestações da doença em pacientes imunossuprimidos visto que: a doença pode se mostrar mais agravada neste público devido ao fato da imunodeficiência do sistema imunológico para responder contra a infecção; e/ou, justamente pelo fato do paciente apresentar um estado de imunossupressão, manifestações mais graves da doença desencadeadas pela tempestade de citocinas não se desenvolverem no paciente. Tendo isto em consideração, o presente estudo descritivo retrospectivo teve como objetivo apresentar e caracterizar a covid-19 em pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) (PVHIV) atendidas pelo Hospital Universitário Miguel Riet Correa Jr (HU-FURG-EBSERH) no ano de 2020 a julho de 2021. Participaram do estudo 27 pacientes, sendo a maioria composta por mulheres (70,4%) e brancos (78,3%), com média de idade de 44,8 (DP 15,028) anos. A maioria (70,4%) fazia utilização de algum protocolo de tratamento para o HIV. Cerca da metade dos pacientes apresentaram comorbidades (53,8%) e 76,9% necessitaram internação hospitalar. Daqueles internados, a média de dias de internação foi de 21 dias e 60% dos pacientes necessitaram de oxigênio suplementar. Quanto aos sintomas, 83,3% apresentaram algum sintoma durante o curso da covid-19. Esses achados são semelhantes ao que demonstraram outros estudos. Atualmente, estudos descrevendo as características e os desfechos da covid-19 entre PVHIV ainda são limitados. Assim, apesar do número amostral limitado desse estudo, ele colabora com a descrição da covid-19 em PVHIV. Ressalta-se que estudos adicionais e mais robustos são necessários para caracterizar a covid-19 em pacientes vivendo com HIV.