Tese - Elizabet Saes da Silva

SINTOMATOLOGIA DE DOR MUSCULOESQUELÉTICA NA COLUNA VERTEBRAL: UMA PERSPECTIVA EPIDEMIOLÓGICA ANTES E DURANTE A PANDEMIA POR COVID-19

Autor: Elizabet Saes da Silva (Currículo Lattes)

Resumo

A dor na coluna vertebral é um sintoma multifatorial com aumento progressivo no número de casos nas últimas décadas. Com a implementação das medidas restritivas pela pandemia por Covid-19 pode ter motivado hábitos posturais inadequados e propiciado a dor nas costas. O objetivo foi investigar a sintomatologia de dor musculoesquelética na coluna vertebral e sua relação com comportamentos de risco sob uma perspectiva epidemiológica antes e durante as medidas restritivas na pandemia por Covid-19 nos municípios de Rio Grande, RS e Criciúma, SC. O delineamento foi experimental comunitário para averiguar o antes-e-durante a pandemia por Covid-19 (intervenção) nos municípios. O antes foi verificado com dados sobre dor na coluna vertebral das pesquisas realizadas em Rio Grande, RS (2016) e Criciúma (2019) sem intervenção (pandemia). O durante foi com dados (2020) nos dois municípios com intervenção (pandemia). Foram incluídos adultos maiores 18 anos e excluídos indivíduos institucionalizados em asilos, hospitais, presídios ou com déficit cognitivo, que tenham dificuldades em responder ao questionário. A amostragem foi probabilística em dois estágios. A coleta foi através de questionários com perguntas fechadas. O desfecho foi dor na coluna vertebral. A dor sentida repentinamente ou inferior a três meses era considerada aguda, se ultrapassasse esse período, crônica. A intensidade da dor variou entre 0 (nenhuma dor) a 10 (pior dor sentida). As variáveis independentes abrangeram demográficas, socioeconômicas, comportamentais e de saúde. Como resultados antes da pandemia: Em Rio Grande, RS a dor crônica na coluna vertebral (DCC) foi 20,7% (IC 95%: 18,3, 23,0), mais evidente nas mulheres (26,0%), sendo que 31% das pessoas com DCC faltou ao trabalho e 68% visitaram o médico durante um período de 12 meses. Em Criciúma, a dor aguda foi 39,3% (IC 95%: 35,5% a 43,3%) e DCC 27,4% (IC 95%: 24,5% a 30,4%). A dor aguda foi maior entre pessoas com sobrepeso / obesidade e a DCC contribuiu para o absenteísmo e a demanda por serviços de saúde. Durante a pandemia, a prevalência de dor nas costas nos dois municípios foi de 22,1% (IC 95%: 20,3 a 23,8%). Indivíduos que trabalhavam remotamente tiveram 2,45 vezes mais chance de sentir dor aguda na região cervical e 79% mais chance de sentir dor lombar crônica. A intensidade da dor foi em média 1,09 pontos maior durante o confinamento. A exposição a ambientes ergonomicamente inadequados e jornadas de trabalho mais longas pode ter um impacto negativo na dor nas costas.

TEXTO COMPLETO DA TESE

Palavras-chave: Dor nas costasdistanciamento socialEpidemiologiaSaúdeBem-estar