AVALIAÇÃO DA INFECÇÃO POR Toxocara canis EM CAMUNDONGOS OBESOS ob/LEP
Autor: Victória Pires Panassolo (Currículo Lattes)
Resumo
A obesidade é em um dos principais problemas de saúde pública global e está associada à diversas patologias. Até então não haviam sido realizados estudos sobre obesidade e toxocaríase visceral, sendo as duas, condições que afetam a saúde da população mundial. Este estudo tem como objetivo conhecer o perfil da toxocaríase visceral em camundongos obesos ob/LEP, em dois períodos distintos de infecção. Camundongos obesos ob/LEP, fêmeas (50-65 gramas), foram inoculados com 300 ovos de Toxocara canis, pela via intragástrica. Os nove camundongos do grupo 48h (G48h) e os sete camundongos do grupo 35 dias (G35d) foram eutanasiados com 48h e 35 dias de infecção, respectivamente. Foram coletados encéfalo, fígado, pulmões, rins, coração, globos oculares e musculatura esquelética (carcaça). Esse material foi submetido a digestão tecidual para recuperação das larvas. A intensidade média de infecção foi de 34,33±23,15 nos camundongos do G48h e de 26,86±13,77 nos animais do G35d (p=0,4635). No G48h ocorreu maior recuperação de larvas de T. canis no fígado (18,44±21,17) e pulmões (12,89±9,65) (p=0,0125), e no G35d houve acúmulo de larvas no encéfalo (17,14±9,86) (p<0,0001). Quando comparados os dois períodos de infecção, observou-se maior recuperação de larvas nos pulmões dos camundongos do G48h (p=0,0125) e no encéfalo (p=0,0003) e globos oculares (p=0,0192) dos camundongos do G35d. Dos sete camundongos do G35d, quatro estavam positivos para larvas nos globos oculares. Conclui-se que, nas condições estudadas com camundongos obesos, em 48 horas de infecção ocorre uma importante recuperação de larvas T. canis tanto no fígado como nos pulmões, enquanto que nos 35 dias de infecção a migração neurotrópica é predominante, com relevante presença de larvas nos globos oculares, demonstrando um padrão de migração distinto nesses modelos experimentais.