Tese - Paula Florencio Ramires

AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA DE ELEMENTOS TRAÇO EM SOLOS DE ÁREAS COM DIFERENTES PERFIS DE CONTAMINAÇÃO

Autor: Paula Florencio Ramires (Currículo Lattes)

Resumo

As atividades antropogênicas (industriais, agrícolas, mineração, despejo de resíduos urbanos e construção de solos) e as fontes naturais podem liberar metais e metaloides para o meio ambiente. A contaminação dos solos por metais e metaloides pode causar danos à saúde da população exposta, através das vias oral, dérmica, inalatória e/ou alimentar. A avaliação de risco à saúde humana (ARSH) (ferramenta que estima o potencial risco que a população está sujeita a substâncias químicas), associada ao sistema de informações geográficas (SIG) pode identificar áreas prioritárias para o gerenciamento. A contaminação dos solos por metais e metaloides na região de Candiota é oriunda das atividades de exploração do carvão e em Rio Grande (solos originais e construídos) das fontes recentes (complexo industrial ativo dominado por indústrias de fertilizantes, petroquímica e de grãos) e pretéritas. O objetivo do estudo foi realizar a avaliação e espacialização do potencial risco à saúde humana de metais e metaloides no solo para crianças e adultos, na região de Candiota (Candiota, Hulha Negra, Pedras Altas e Pinheiro Machado) e na cidade de Rio Grande, no sul do Brasil. Nas áreas de estudo os riscos não carcinogênicos do Cu, Pb, Zn, Ni, Cr, Fe, Mn, Cd, As e Se e os riscos carcinogênicos do As, na região de Candiota, e em Rio Grande (Cu, Pb, Zn, Cr, Fe, Ni e Hg) foram estimados e espacializados. Na região de Candiota (primeiro estudo), os resultados demonstraram potencial risco do Mn, em crianças, sendo o Mn e o Fe os metais com maior contribuição para o risco à saúde humana na população estudada. As não apresentou risco carcinogênico para adultos. O quociente de risco não carcinogênico para Cr, As, Fe, Pb, Ni, Zn e Cu foi maior em áreas mais próximas à mineração de carvão, enquanto Mn, Se e Cd apresentam os maiores valores de quociente de risco nas cidades circunvizinhas. Em Rio Grande (segundo estudo), 63, 81% das amostras de solos originais e 57,14% das amostras dos solos construídos apresentaram risco não carcinogênico de pelo menos um metal. Aproximadamente 10% das amostras apresentaram risco carcinogênico para o Cr, na forma hexavalente. O potencial risco foi maior nas vias de exposição dérmica (Hg, Ni e Cr) e oral (Fe, Cu e Zn). O risco não carcinogênico para Hg, Cr (VI) e Pb apresentou distribuição heterogênea entre os solos originais e solos de aterro. Houve associação entre as distâncias de algumas fontes atuais de poluição e o potencial risco de alguns metais, quanto menor a distância maior o potencial risco. As áreas estudadas demonstraram que a utilização de ARSH identifica áreas proiritárias com potencial risco à saúde da população, contaminadas passíveis de gerenciamento.

TEXTO COMPLETO DA TESE

Palavras-chave: Solo contaminadoU.S. EPAARSHMetaisSIGAterrosIndustrializaçãoUrbanizaçãoCarvãoMineraçãoTermelétrica